Durante muitos anos, em época de eleições, sempre me fez confusão ver o entusiasmo esfuziante dos apoiantes dos partidos vencedores, seja na sede de campanha, seja na rua a agitarem bandeiras e cachecóis, como se tivessem acabado de ganhar um campeonato do mundo de futebol.
Pensava eu para comigo: "Mas esta gente está tão contente porquê? Não percebem que mudam as moscas, mas a merda é a mesma? Seja rosa, seja laranja, esta desgraça de país não vai melhorar por causa dos pançudos que foram agora para o poleiro...mas gabo-lhes o optimismo!".
Anjinho, eu não passo de um anjinho.
O que esta gente festeja não é a perspectiva de melhoria da situação político-económica do país. Nada disso, nã nã nã ni não.
O que esta gente festeja são os tachos que lhes estão reservados: um vai ser assessor não sei do quê; o outro vai fazer parte do comité para qualquer coisa que pouco interessa mas que tem um nome pomposo; o outro vai para chefe de um serviço de finanças quando levou quatro anos a acabar a cadeira de Direito Fiscal - e acabou com 10! E por aí em diante.
E não é razão para festejar? Ó se é.