domingo, 28 de junho de 2015

Uma questão de pormenor.

O que a minha avó diz:

"A vizinha do 5º direito, mãe daquele rapaz que agora usa cabelo comprido e não sabe tratar dele, coitado, anda sempre todo seboso, que no fundo é bom miúdo mas anda com más companhias, e arranjou uma namorada que vai-se lá saber onde a foi desencantar, mas que acho que afinal é licenciada em economia mas depois despediu-se e foi trabalhar para um café, sabes aquele café para onde vai o Sr. Domingos, que teve em África na Guerra Colonial e ficou sem um olho por causa do estilhaço de uma granada, contou-me a D. Ofélia que ficou viúva há 10 anos e agora é um rodopio de homens, com aquela idade, vê lá, morreu."

O que a minha avó quer dizer:

"A vizinha do 5º direito morreu."

terça-feira, 23 de junho de 2015

Coisas que me irritam - III

Aquele pessoal que ouve música alta nos transportes públicos.

Vamos lá ver se nos entendemos: há largos anos atrás, foi inventada uma coisa chamada headphones, que mais tarde evoluiu para earphones (se não tiver sido bem isto, deve ter sido qualquer coisa do género), dispositivos que têm como função ouvir música sem incomodar outrem. Mas ainda há gente que ignora este milagre da ciência.

É vê-los no comboio, no metro ou no autocarro a partilhar a sua kizombada com o resto do pessoal, plenamente convencidos do seu swag, quais badass de Alfornelos.

Para além de ser completamente bimbo, a música é sempre uma merda. Sempre. Ou é kizomba - que é uma merda, doa o que doer - ou hip hop tuga péssimo (há bom?). Nunca foge muito disto. Podiam aligeirar a coisa e passar uns clássicos que toda a gente gosta, mas não, insistem permanentemente na azeiteirada.

Solução? Meter os nossos phones nos ouvidos e colocar o som da música no máximo. É por isso que estou surdo.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Os gajos do IT.

Num escritório de advogados, os mails do pessoal do departamento de IT têm tanta importância como aqueles panfletos dos serviços de canalização que nos deixam nos pára-brisas do carro: zero, zilch, nada.

(depois é um "ai tio ai tio" quando o computador crasha e ninguém percebe porquê) 

Constatação do dia.

Os vegan são como as Testemunhas de Jeová: são chatos, insistentes, querem à força toda que o pessoal adopte a "religião deles", e...
 
...comer carnufa é do melhor, é o que tenho a dizer.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Peer pressure.

Vamos lá ser todos uns homenzinhos e admitir de uma vez por todas que muitas vezes só lavamos as mãos depois de ir dar uma mijinha, se estiver mais alguém no WC e não queremos passar por uns javardões.

Vá lá, não me deixem ficar mal.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Sabes que estás velho quando...

a) Vais mais cedo para um evento para teres lugar onde estacionar o carro;
 
b) Não vais à praia à "hora do calor" porque faz mal;
 
c) Comes legumes porque gostas e não porque te obrigam;
 
d) Os teus encontros com os amigos são "jantaradas" e não "futeboladas";
 
e) Preferes mil vezes passar a noite num bar/pub com os amigos a conversar e a virar umas imperiais, em vez de ir para o Urban ver miúdas alcoolizadas e dar 5 euros por um vodka ananás;
 
f) Ouves as bandas que os teus pais ouviam quando eras puto e perguntas-te a ti próprio como é que nunca tinhas ligado nenhuma àquilo;
 
g) Procupas-te com o colesterol e com a próstata;
 
h) Já olhas de lado quando alguém que não conheces te trata por "tu";
 
i) Já não podes concorrer a certos empregos porque já não és "júnior";
 
j) Nunca um soninho depois de almoço te soube tão bem.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Coisas que me irritam - II

A mania dos Doutores e Engenheiros.
 
Aquele portuguesinho que usa o "título" académico para se apresentar, ou para assinar cartas, emails, e afins.
 
"Muito prazer, o meu nome é Dr. António Sottomayor e Burnay (nome escolhido ao caso, não se pretende ferir susceptibilidades)". A sério? Chamas-te Dr.? Nome do caraças, digo-te já.
 
Ou então a assinatura do email, com o nome e o correspondente título, seguido do "PHD", ou "Doutor em Direito". Já agora, porque não metem também os centímetros da pila?

terça-feira, 9 de junho de 2015

O casamento da Cinderela, ou o sonho de uma vida.

Sempre tive a ideia que grande parte das mulheres passam a infância, a adolescência e a vida adulta – ou seja, a vida toda – a sonhar e a idealizar o casamentos dos seus sonhos. O Facebook só veio confirmar a minha tese, o que, de certa forma, me deixa algo agradado, uma vez que gosto sempre de ter razão. E neste caso tenho mesmo.
 
Há miúdas lá da minha rede social que têm orgasmos com a perspectiva do casamento que se avizinha. Aliás, ponho as mãos no fogo em como toda a idealização e planificação do casório lhes dará mais prazer que a própria noite de núpcias. Mas isso já são contas de outro rosário.

O certo é que, uma vez pedidas em casamento – após meses, quiçá anos, de pressão psicológica sobre a outra parte, mesmo que inconsciente – o Facebook destas meninas passa a ser um verdadeiro estendal da Penhalta Novias: um gajo mesmo que não queira, leva com a quinta que foi escolhida para o festim, com os arranjos florais, com o cachucho no dedo, com os centros de mesa, com a toilette das damas de honor, e com uma panóplia de cenas que nem eu imaginava ser possíveis que fizessem parte de todo o processo.

E depois, claro: o vestido da noiva. São dezenas, aliás, CENTENAS de fotos da menina – após o casamento, claro, que não se devem quebrar tradições – em todas as poses possíveis e imaginárias, a demonstrar o quão realizada e feliz da vida está por passar a partilhar a vida com o Tomané que aparece em meia dúzia de fotos, não passando de um mero acessório no meio disto tudo, o qual passou a despedida de solteiro no Vale de Santarém e como não quer a coisa saiu da Kikas com Cartão de Cliente Gold. Mas o que interessa é que a moçoila casou! O facto de ela vir a descobrir que o Tomané padece de uma DST amavelmente cedida por uma moldava, é apenas um mero pormenor, bem como o facto de o casamento apenas durar quatro meses, pois o Tomané é fraco de carnes e a coisa ficou difícil quando a colega de trabalho lhe encostou uma pistola à cabeça e o obrigou a ter relações sexuais em cima da mesa da sala de reuniões.

Mas tem fotos para por no Facebook e isso é que é importante.

P.S.: É só de mim, ou a maior parte das damas de honor são sempre grandes tramnbolhos? Parece sempre que escolhem as feias. Deve ser para não ficarem tristes.

 

domingo, 7 de junho de 2015

Bater as bolas.

Tenho um amigo que afirma só gostar de ténis feminino, por causa "dos gritos das gajas quando batem as bolas".

Dixit.

E é o que temos...

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Putaria.

Hoje em dia, com a crescente proliferação da moda beto-hipster (no fundo, e se pensarem bem, acaba por haver uma convergência), assistimos a um incrível fenómeno, especialmente ali para os lados do Príncipe Real: os estabelecimentos comerciais com o sufixo "-ria". Passo a explicar.
 
Ele é hamburgueria, cervejaria, peixaria, iogurteria, cevicheria (que merda é esta?! mas existe, vi isto hoje enquanto vinha no autocarro para o trabalho), e mais uma data de mariquices pseudo-ins nas quais um gajo paga um balúrdio e não come nada de especial. Ok que eu tenho um "de" no meio de dois apelidos, mas mesmo assim prefiro uma boa tasca onde coma que nem um javardo e pague pouco. Coisas minhas.
 
O que me reconduz para uma dúvida existencial, para o caso de eu decider armar-me em empreendedor e iniciar um negócio: imaginem que eu queria abrir uma "casa de massagens" no Príncipe Real. Como iria chamá-la? Putaria? Com prestação de serviços gourmet?
 
Será que teria saída e viria na Time Out? Fica a ideia.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Ajudem o infoexcluído.

Alguém sabe como retirar aquela treta do "prove que não é um robot" dos comentários?

Agradecido.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Curtas.

Sabes que é tarde demais quando, a meia da noite, no escuro e sem lentes de contacto, te levantas para dar uma mijinha, e em vez de ouvir o som da loiça, ouves outro completamente diferente que muito provavelmente é o da tampa da sanita.

Percebo tanto de ténis como de física quântica.

Até há bem pouco tempo, pensava que o Wawrinka era uma mulher. Que culpa tenho eu que arranjem nomes de gaja?

segunda-feira, 1 de junho de 2015

As vozes na minha cabeça ou como estou próximo do burnout.

Sou um cobardolas, é a conclusão a que chego todos os dias, fruto dos meus diálogos-que-só-acontecem-na-minha-cabeça-mas-que-deviam-ter-lugar-na-vida-real.

Dou um exemplo de uma dessas situações vivenciadas no dia-a-dia: vou no elevador do prédio onde trabalho, que para num andar para um engravatadinho afectado como eu entrar. Sou apologista e acérrimo defensor de que quem entra ou chega a um sítio, deve cumprimentar os que já lá se encontram. O que é que o gajo faz? Nada. Entra mudo e sai calado, mantendo aquele seu ar enconado de forma permanente, como se todo o mundo lhe devesse e ninguém lhe pagasse.

O que é nesse momento passa na minha cabeça? "Boa tarde para ti também ó filho da puta, e se fosses para a real putinha que te pariu mais a tua educação burguesa de merda?".

E o que é que eu faço? Nada. Olho para o espelho para ver se estou com um aspecto minimamente decente e vou-me embora quando o elevador chega ao destino.

(sim, estou a roçar o burnout)