Sou um cobardolas, é a conclusão a que chego todos os dias, fruto dos meus diálogos-que-só-acontecem-na-minha-cabeça-mas-que-deviam-ter-lugar-na-vida-real.
Dou um exemplo de uma dessas situações vivenciadas no dia-a-dia: vou no elevador do prédio onde trabalho, que para num andar para um engravatadinho afectado como eu entrar. Sou apologista e acérrimo defensor de que quem entra ou chega a um sítio, deve cumprimentar os que já lá se encontram. O que é que o gajo faz? Nada. Entra mudo e sai calado, mantendo aquele seu ar enconado de forma permanente, como se todo o mundo lhe devesse e ninguém lhe pagasse.
O que é nesse momento passa na minha cabeça? "Boa tarde para ti também ó filho da puta, e se fosses para a real putinha que te pariu mais a tua educação burguesa de merda?".
E o que é que eu faço? Nada. Olho para o espelho para ver se estou com um aspecto minimamente decente e vou-me embora quando o elevador chega ao destino.
(sim, estou a roçar o burnout)
6 comentários:
"Bom dia" na primeira vez. Se não houver resposta, "bom dia!", no tom de voz "então filha da puta, vais responder ou não?". Se não houver resposta, é esperar que ele saia e dizer "então um excelente dia para si, seu mal educado".
Se deres um "bom dia", mesmo que seja com voz mais baixa, vais ver que o gajo responde.
Quando digo bom dia e a pessoa não me responde, pergunto-lhe se fala português. Perdem logo a pose.
Infelizmente tão comum, mas estou com o POC.
Ainda hoje entrei no elevador lotado, dei os bons dias, e...nada. Rien de rien. Puta que os pariu a todos.
Mesmo, isso é mesmo gentinha, até o meu patrão, pelo menos acena com a cabeça, até esse.
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